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Cuadro de texto: Confraria dos Caçadores de Imagens de Ribeirão Pires 
Gente que gosta da Estância Turística de Ribeirão Pires e de suas vizinhanças

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10 de agosto de 1958 – 1ª Prova de Subida de Montanha pela Estrada Velha de Santos.

 

Matéria escrita em 2004 por Gabriel Marazzi, do site Marazzi Cultura do Automóvel (www.marazzi.com.br), a partir de material cedido pelo engenheiro Jorge Lettry (que esteve no local, à época, cobrindo o evento para o Jornal HP), para sua publicação pela revista Motor Clássico.

 

Chegada

“Se você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer. Entre no meu carro, e na estrada de Santos, você vai me conhecer”. Em 1958, certamente o rei Roberto Carlos ainda não havia composto a música “As Curvas da Estrada de Santos”, mas sua inspiração pode ter vindo da II Subida de Montanha, prova de velocidade realizada na Estrada Velha de Santos, o antigo Caminho do Mar. Está certo que Roberto Carlos se referia à estrada nova, a serra da Via Anchieta – hoje bem velha –, mas naquela época os dois caminhos eram normalmente utilizados pelos paulistanos para ir e vir da Baixada Santista.

chegada_

De forma parecida com o que ainda se pratica em São Paulo, no Pico do Jaraguá, a prova do Caminho do Mar reunia aficionados por carros e competições no pé da serra, para cumprir a subida de 7,2 km no menor tempo possível. O regulamento da prova dividia os automóveis em duas classes, os normais e os especiais. Os primeiros eram originais de fábrica, com preparo livre porém mantidas as características principais, com classificação em quatro categorias, até 250 cm3, até 1.300 cm3, até 2.000 cm3 e Força Livre. Os especiais eram carros de corrida, com qualquer motor, chassi, suspensão e freios, separados em duas categorias, até 2.500 cm3 e Força Livre.

concentracao

No dia da corrida, exatamente 10 de agosto de 1958, o clima era de euforia. O público se posicionou ao longo do trajeto, como em provas de rali, para ver de perto carros e pilotos.

Citroen

Na largada o tempo estava bom, mas da metade do percurso até o topo da serra, mais precisamente da chamada Curva da Morte até o fim, a neblina tomou conta. Prevista para a 8h00, a largada foi dada às 10h15, porque os organizadores queriam esperar o tempo melhorar, sem sucesso. Mesmo assim, a prova transcorreu bem, apesar da visibilidade prejudicada.

bandeirada

Inaugurando a Força Livre da classe Especial, Rafael Gargiulo, pilotando um monoposto com motor Ford 8BA, estabeleceu o recorde da pista, com o tempo de 7min13. Na categoria de até 2.500 cm3 , o vencedor foi Plínio de Cerqueira Leite, com um Volkswagen especial, protótipo parecido com o Porsche 550 Spyder, em 7min51.

Isetta

Foi a classe normal, no entanto, que reuniu a maior quantidade de participantes, todos com modelos mais conhecidos do público, como DKW, Fusca, MG ou Porsche. O vencedor da categoria até 250 cm3 foi Álvaro Andrade, com Romi Isetta; até 1.300 cm3 venceu Flavio Del Mese, com DKW; até 2.000 cm3 o Porsche de Guy Whitney foi mais rápido e na Força Livre venceu a prova Waldemyr Costa, com Nash Healey. Na categoria até 1.300 cm3 havia ainda MG, Simca 1200 francês, e Fiat 1100. Até 2.000 cm3 participaram Citroën 11 Légère e Porsche.

carretera

Quanto aos pilotos, além dos vencedores da classe especial participaram alguns nomes hoje conhecidos, como o designer Anísio Campos, com um Simca Conversível 1952, Hans Ravache e Godofredo Viana Filho. Destacaram-se o piloto Flavio Del Mese, que saiu do Rio Grande do Sul com seu DKW 1951 para participar da prova, Wilson Fittipaldi, que narrou a prova pela Rádio Panamericana, e Primo Carbonari, que realizou um filme jornalístico da prova para divulgá-la nas salas de cinema de todo o Brasil.

curva

Muitos não puderam participar da II Subida de Montanha por uma razão hoje óbvia, mas na época não muito lembrada pelos pilotos: a falta do capacete. A comissão organizadora foi firme na questão e seguiu à risca as regras da FIA – Federação Internacional de Automobilismo, com a supervisão da Comissão Desportiva Regional do ACB, o Automóvel Clube Brasileiro de Angelo Juliano e Osvaldo Fanucchi, e pela Polícia Rodoviária. A entrega dos prêmios, troféua e medalhas, foi feita na sede do ACB, na rua Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo.

DKW

Para a realização desta reportagem utilizei material gentilmente cedido pelo engenheiro Jorge Lettry, chefe da equipe Vemag de Competição nos anos 60, que esteve na prova como repórter do Jornal HP, um dos organizadores da II Subida de Montanha. As fotografias são de seu acervo pessoal, assim como as informações retiradas de seu texto feito para o antigo jornal. No dia em que estive com Lettry em sua casa, no município de Atibaia, SP, para que ele me contasse esta história, passamos nada menos que oito horas conversando sobre automóveis, corridas e pilotos. Jorge Lettry faleceu com 78 anos de idade.

ferrari-Barchetta

A próxima vez que você passar pela estrada de Santos, hoje Rodovia dos Imigrantes, a mais moderna do país, lembre-se que há mais de 50 anos a história era outra, e que, antes de Roberto Carlos imortalizar a Via Anchieta, heróicos pilotos fizeram história no antigo Caminho do Mar.

Fiat

Fusca

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MG

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Nash-Healey

Porsche

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Rodoviaria

Romi-Isetta

Romi-Isettas

Simca

traseira

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vencedor

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vista_

vista

publico

premio

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É através das velhas fotografias e dos relatos dos moradores, que iniciamos este levantamento da história do nosso município com a finalidade de melhorar o entendimento de muitas coisas de nosso presente.

 

Para colaborar com comentários, fotografias, ilustrações ou outros tipos de informações de nossa história, favor entrar em contato através de nosso correio eletrônico contato@ribeiraopires.fot.br ou ingresse no grupo do Facebook: História e Memória de Ribeirão Pires e Região.

 

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